Significância de dois seres
- Rennan Leta
- 24 de abr. de 2019
- 1 min de leitura

Pelo céu da cidade eles vão. Voando com as asas que lhe foram dadas por natureza ou, então, com as de um jato que o dinheiro lhe dá poder para comprar. De um lado para o outro esperando a hora certa de dar uma cagada e acabar com o dia de mais um cidadão de bem. O alimento deles? O que é do povo. Para um, migalhas de pão; o outro fica com tudo e dá as migalhas para a população. Ambos não alimentam ninguém.
Há quem jure que eles são necessários para o equilíbrio da sociedade, mesmo que eles causem doenças - biológicas ou sociais - em qualquer um que tenha contato direto. Ninguém nunca os viu pequenos, ninguém sabe como surgem. Sabemos que, quando estão em bando, o incômodo e estrago causado é maior. Há quem vire a cara para tamanha sujeira feita, mas ainda há quem discuta para que, de fato, servem. Um podemos ver todos os dias em todo canto da cidade; o outro só vemos de quatro em quatro anos.
Ambos são ratos: um de asas, o outro de terno. Podemos confundir um político com um pombo, sim. Mas, por incrível que pareça, um ainda pode ser usado como símbolo da paz enquanto o outro devasta como guerra por onde passa.
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