Capitalismo do sentimento
- Rennan Leta
- 31 de jan. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 12 de mar. de 2019

O silêncio grita
O vento, a brisa
A onda que fracamente quebra
À beira-mar
Ela está
Em seu apogeu
A Lua em seu perigeu
A contrariar
Passa o primeiro...
Ela não percebeu
A cabeça está longe
Três filhos sozinhos em casa e ela na via
O mais velho olha o mais novo: hierarquia
Ela buscando o pão de cada dia
Tendo que ouvir falar
Sobre meritocracia
Ela voltou a se atentar
Lá vem mais um
Ela precisa tentar
Uma dose de rum
Pouca conversa no bar
Ela sabe que ele só quer gozar
O beijo gelado
O toque grosseiro
Ele goza e a deixa de lado
Na noite dela, ele é só o primeiro
Sua condição subjugada
Sua profissão? Sustentar a casa
Pensão? Que nada
O pai já meteu o pé na estrada
Com seus olhos sem brilho
Esperando mais uma noite acabar
Trem fora do trilho
Tentando um caminho trilhar
Sem dor? Já não dá mais pra afirmar
Jesus, por favor!
Isso tem que acabar!
Na pedra do Arpoador
Com a pele sem cor
Irá se jogar
De tanto a sociedade julgar
Senhor!
Ela só vendia o prazer
Onde tanta gente tenta comprar o amor.
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