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Capitalismo do sentimento

  • Foto do escritor: Rennan Leta
    Rennan Leta
  • 31 de jan. de 2018
  • 1 min de leitura

Atualizado: 12 de mar. de 2019


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O silêncio grita

O vento, a brisa

A onda que fracamente quebra

À beira-mar

Ela está

Em seu apogeu

A Lua em seu perigeu

A contrariar

Passa o primeiro...

Ela não percebeu


A cabeça está longe

Três filhos sozinhos em casa e ela na via

O mais velho olha o mais novo: hierarquia

Ela buscando o pão de cada dia

Tendo que ouvir falar

Sobre meritocracia

Ela voltou a se atentar

Lá vem mais um

Ela precisa tentar

Uma dose de rum

Pouca conversa no bar

Ela sabe que ele só quer gozar

O beijo gelado

O toque grosseiro

Ele goza e a deixa de lado

Na noite dela, ele é só o primeiro

Sua condição subjugada

Sua profissão? Sustentar a casa

Pensão? Que nada

O pai já meteu o pé na estrada

Com seus olhos sem brilho

Esperando mais uma noite acabar

Trem fora do trilho

Tentando um caminho trilhar

Sem dor? Já não dá mais pra afirmar

Jesus, por favor!

Isso tem que acabar!

Na pedra do Arpoador

Com a pele sem cor

Irá se jogar

De tanto a sociedade julgar

Senhor!

Ela só vendia o prazer

Onde tanta gente tenta comprar o amor.

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Sobre o escritor

Nascido em 10 de junho de 1995 no Rio de Janeiro.

Poeta, escritor, slammer e estudante de jornalismo. Autor do livro Palavras do Mundo (2017), organizador do Sarau do Topo e criador do projeto social Favela em Desenvolvimento - ambos na comunidade Mata Machado, onde mora.

Colunista no Voz das Comunidades desde dezembro de 2017, passagem pelo Jornal da Barra e Boletim Comunitário (UCAM).

Bicampeão do Slam Favela, campeão do Slam Trindade, do Slam Vila Isabel e do Haicai Combat.

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